Moscow certamente deixará saudade!
Nosso último dia em Moscow foi bastante corrido, tínhamos que consertar a fechadura da porta do nosso Citroën, instalar um rastreador para maior segurança na Rússia, instalar a câmera que ganhamos do Misha, vedar melhor o sistema de aquecimento da cabine, colocar óleo, e finalmente encontrarmos o Pavel, outro grande amigo do Gerard. Aproveitamos também para conhecer o fantástico metrô de Moscou. Realmente impressionante!
Com as mãos cheias de graxa trabalhando no estacionamento da empresa do Misha, ele aparece com seu sócio, Sergey. Em voz forte e com seu forte sotaque russo, proclama autoritariamente:
“Time for a brake, follow me”.
Com as mãos imundas, descemos em direção ao porão de sua empresa.
Não podiamos acreditar! Sergey montou ao longo de muitos anos um monumental estúdio / museu, com equipamentos dignos dos gloriosos dias do Abbey Road, estúdio onde os Beatles gravavam seu ieieié. Tudo, funcionava! Gravadores Studer suíços de 24 pistas analógicos e valvulados em pleno vapor e integrados diretamente aos Macintoshes e ProTools, algo singular!
“My engineers in Siberia did that! ”, gabava-se, com todo respeito, diga-se!
O estúdio não era apenas um museu, mas também uma coleção de itens de ponta, microfones dos mais variados, compressores, etc…
Voltamos então ao Citroën e aos afazeres.
Já contamos aqui que andamos com uma extraordinária sorte em relação ao tempo? Sempre quando chove estamos no seco!
Desta vez foi o mesmo, Pavel nos chamou para um jantar num barco ao longo do rio Moscovo. O blogger bem que preferia fazer o mesmo sobre uma bicicleta, mas a decisão pelo barco foi certeira; choveu como nunca! As ruas da capital alagavam enquanto apreciávamos todos os edifícios ao longo das margens do fantástico rio. Puro deleite!
Pavel chegou acompanhado de seu pai, Ivan, um simpático senhor de 88 anos, porém com uma saúde digna de 60 e poucos. O segredo de tamanha saúde? Ivan explica: sou vegetariano desde os 50 anos! Os Russos aqui são modernos!
Aqui na Rússia evita-se ao máximo questões políticas, mas o Dietrich foi direto à veia: “Após ter passado por tantos momentos históricos, como o senhor enxerga o futuro da Rússia ?” Ivan se mostrou um tanto saudoso, assim como muitos outros de sua idade, mas quanto ao futuro, não restavam dúvidas; o futuro da Rússia é garantido!
Atualmente o nacionalismo está em alta, junto com a popularidade do Putin de 87%, apesar da desvalorização de 60% de sua moeda. A medida que chegamos ao Interior do país, a popularidade do presidente aumenta.
Emendamos o barco num bar subterráneo, onde a decoração era toda feita de pedras de litografia. O chefe veio conversar conosco e propôs um menu bastante eclético.
Em resumo, comemos cérebro de vaca! Assim como um punhado de outras coisas estranhas, tudo tinha gosto de frango...
Antes de chegar ao interior, voltemos à periferia de Moscou, onde fizemos nossa primeira parada, um famoso museu de aviação semi-abandonado, o museu central da força aérea russa de Monino.
Neste museu esqueça as legendas em inglês, tudo está em cirílico, aliás, aos poucos estamos aprendendo o novo alfabeto. МОНИНО é MONINO. É só entender que “H” é “N” e “И” é “I”. E assim por diante… Quase fácil…
O museu na verdade é um grande cemitério de aviões, helicópteros, capsulas espaciais, planadores e armas, tudo casualmente exibido, sem qualquer firula ou cerimônia. Os russos são pragmáticos e simples.
Simplicidade é tudo quando o assunto é estar próximo aos aviões e equipamentos. Aliás, se você passar a mão sobre a fuselagem de um dos caças MIGs ali expostos e ninguém vai lhe chamar atenção!
Caramba, o museu de Monino foi fantástico, quanta tecnologia os soviéticos detinham!
Ahh, o banheiro do museu merce destaque, não pela limpeza, atualidade e iluminação, mas justamente o contrário. Uma cena de terror!
Continuamos então nossa viagem em direção ao leste!
Até mais!